O quadro dos candidatos a prefeito no Espírito Santo é um retrato de contrastes e complementações. A forte presença de formação acadêmica avançada, a diversidade de experiências profissionais e a alta faixa etária dos postulantes criam um cenário dinâmico e multifacetado. À medida que os eleitores se aproximam das urnas, essas características revelam as opções que eles terão para definir o futuro das cidades.
Ao todo, são 276 candidatos, 93% são homens e 7%, mulheres, que se apresentam com perfis variados. O dado mais notável é a predominância de candidatos com ensino superior completo, que somam 62,32% do total. Este número expressivo sugere que a maioria dos candidatos não só possui um diploma, mas também uma formação que poderia, em teoria, proporcionar uma base sólida para a administração pública. Contudo, é preciso questionar se essa formação acadêmica está acompanhada de habilidades práticas e propostas que respondam aos reais desafios que os municípios enfrentam.
Contrapõe-se a essa maioria os 23,55% dos candidatos que têm apenas o ensino médio completo, um dado que pode refletir uma base educacional mais acessível e próxima das experiências cotidianas dos eleitores. E há também os 4,71% que completaram apenas o ensino fundamental, além de uma pequena parcela, 2,9%, com escolaridade incompleta em níveis médio e fundamental. O número ainda menor de candidatos com habilidades básicas de leitura e escrita representa 0,72% do total.
Quanto às ocupações, o cenário é igualmente variado e revelador. Os empresários são a maior fatia, com 13,77%, evidenciando uma inclinação para candidatos com experiência em gestão e estratégia de negócios. Os prefeitos em exercício, que buscam a reeleição, representam 13,04% dos postulantes, trazem a promessa de continuidade e experiência administrativa.
Agricultores, advogados e outros profissionais completam o quadro, mostrando uma diversidade de trajetórias que podem influenciar suas propostas e visões para a administração municipal. A presença de vereadores em exercício, com 5,07%, e a representação de administradores e produtores agropecuários, com 3,99% e 3,62% respectivamente, adicionam mais camadas a esse mosaico de perfis.
O aspecto etário dos candidatos não fica atrás em complexidade. A faixa etária predominante é a dos 40 a 64 anos, com destaque para os 60 a 64 anos, que representam 15,94% dos candidatos, e os 40 a 49 anos, com 28,26% combinados. Essa predominância de candidatos mais velhos pode ser interpretada como um sinal de maturidade e experiência, qualidades frequentemente valorizadas na administração pública. No entanto, a presença de candidatos mais jovens, entre 21 e 29 anos, é quase simbólica, representando apenas 1,08% do total.