A vice-presidente dos Estados Unidos já teria os apoios necessários para ser a candidata dos democratas contra Donald Trump, segundo a imprensa americana. É uma boa notícia para as pretensões do partido após a desistência do presidente Joe Biden de concorrer à reeleição, uma vez que Kamala, no primeiro momento, não teve unanimidade entre as principais personagens da sigla. Mas a boa nova deve ser rapidamente ofuscada pelo pedido de demissão, hoje, da diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle.
Depois do atentado sofrido pelo republicano há dez dias, o governo Biden foi acusado de ter sido relapso na segurança de Trump. O candidato foi baleado na orelha durante um comício na Pensilvânia, nas vésperas de ser confirmado como o candidato do partido à Casa Branca.
Ontem, Kimberly admitiu ao Congresso que ela e o Serviço Secreto falharam em proteger Trump.. “Nós falhamos. Como diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, assumo total responsabilidade por qualquer falha de segurança. A tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump em 13 de julho é a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto em décadas”.
Apesar da louvável admissão de responsabilidade da agora ex-diretora, é pouco provável que Trump e seus profissionais de comunicação não imputem responsabilidade em Biden e Kamala. A vice-presidente, que agora caminha para ser a candidata dos democratas, terá de lidar com a falha admitida publicamente.
No debate entre Trump e Biden, o republicano havia batido na tecla de que o governo dos Estados Unidos tornou o país menos seguro. Agora, com a imagem da própria orelha envolvida por curativos, ele certamente terá o próprio exemplo para reforçar sua tese. Resta saber se os eleitores indecisos vão se sensibilizar com a situação ou se os futuros discursos de Kamala conseguiram reverter a situação que hoje coloca Trump em vantagem na corrida.