Ao fim da primeira semana de campanha oficial, há pouca coisa de relevante para a eleição ou para a sociedade que possa ser destacada. Os números das pesquisas pouco mudaram diante das pré-campanhas, as propostas até agora rondam a obviedade entre os candidatos mais competitivos e ainda não deram o ar da graça aquelas que buscam ganhar espaço na mídia pelo inusitado, normalmente feitas pelos postulantes menos cotados. Tudo bem que o Du Kawasaki (Avante) prometer um uber aquático tem lá seu charme, mas é pouco, muito pouco até em termos de entretenimento para cidades que precisam de avanços em várias áreas.
Nos principais municípios, aqui ou ali, um adesivaço, uma panfletagem e algumas caminhadas que parecem programadas mais para comporem cenas a serem apresentadas nos programas de TV ou em redes sociais. Tudo ainda em ritmo de preparação para uma disputa que parece aquecer para começar de fato apenas a partir dos primeiros debates públicos ou dos programas eleitorais gratuitos. As pesquisas divulgadas nos últimos dias dão uma demonstração disso. O Instituto Futura apresentou números de várias cidades e chama atenção do olhar mais atento não quem está na frente ou atrás, mas o alto índice de “não sabe ou não respondeu”.
Mesmo nas cidades onde a eleição parece nascer decidida, a resposta espontânea à pergunta em quem você votaria revela não necessariamente que os candidatos não agradam. O fato de, mesmo onde os prefeitos são candidatos à reeleição, o porcentual de entrevistados que não respondem nenhum nome pode significar que o eleitor simplesmente não sabe o que dizer por não ter sido ainda apresentado a nenhuma opção. Vamos ao exemplo de Cariacica, poderia ser outro, a escolha é meramente ilustrativa.
O prefeito Euclério Sampaio (MDB) lidera em todos os cenários e, como é de se esperar para o bem ou para o mal quando se trata de uma reeleição, tem uma menção espontânea maior na largada. Quando a entrevista não apresenta opções, o índice de não sabe ou não respondeu é de 46%. Ao confrontar o eleitor com o cardápio de candidatos disponíveis, esse porcentual cai para 5,5%. Na Serra, onde o prefeito Sérgio Vidigal (PDT) abriu mão de ser candidato, a situação é igual. Na espontânea, não sabem ou não responderam são 48,2%. Na estimulada, 14,1%. E a situação se repete, com variação maior ou menor em quase todos os municípios nos quais foram conduzidas entrevistas.
Assim, retornando ao tema da campanha ainda em ritmo lento, os números expressam a baixa intensidade do início da corrida eleitoral. O recado dos índices é claro e mostra que há espaço para muitas mudanças em vários cenários, não necessariamente em relação a conquistas ou derrotas em outubro. Ganhar votos, mesmo sem ser eleito, confere capital político e autoridade aos políticos que pode representar alianças de segundo turno, ocupação de posições nas futuras administrações ou mesmo uma poupança a ser resgatada em 2026. O fato é que, apesar de o período oficial de campanha ter começado há exata uma semana, no Espírito Santo o eleitor aguarda ser apresentado a quem o pretende conquistar.