O governo federal adiou o novo Plano Safra e os agricultores entraram involuntariamente na guerra do ajuste fiscal. Inicialmente previsto para hoje, o lançamento do programa de financiamento aos produtores rurais foi reagendado pelo Ministério da Fazenda para a próxima quarta-feira.
As razões para protelar o anúncio seriam, segundo o ministro da do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, os preparativos cerimoniais para uma apresentação bonita para boas fotos. Mas a imagem que fica no retrato é a falta de entendimento com o Ministério da Fazenda sobre o montante a ser destinado ao programa e quanto de juros será cobrado.
Para a pasta da agricultura o ideal é que as taxas sejam mais baixas, mesmo que o volume de investimento seja menor que a expectativa de 500 bilhões de reais.
Os eventos climáticos ocorridos no Rio Grande do Sul e a polêmica da importação de arroz tiveram influência nos debates dentro do poder Executivo, mas, ainda assim, a possibilidade de transformar, em alguma medida, o Plano Safra em uma apresentação que possa ter caráter eleitoral não atende aos desejos dos pequenos, médios e grandes do agronegócio.
No Estado, o investimento, federal e estadual, na produção rural passou dos 6,4 bilhões de reais. O governo do Espírito Santo criou em 2023 o Plano de Crédito Rural. Com isso, o investimento em terras capixabas cresceu 29% em onze meses. No mesmo período, no Brasil, o aumento do financiamento agrícola foi de 12,6%.