As redes sociais começam a ser tomadas por anúncios de candidatos que impulsionam suas imagens para alcançar eleitores e informar suas propostas. Mas, às vezes, o empurrão é um pouco forte demais. Há regras estabelecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para essa modalidade de reclame virtual, porém, aqui, vamos tratar da importância de consultar bons profissionais de comunicação, além dos advogados, para evitar problemas e desperdício de orçamento por desconhecimento do básico.
Dia desses, em Vitória, que acessou o Instagram recebeu a notícia da candidatura de Lucas Lima a vereador de Itajaí, em Santa Catarina. Um caso bastante ilustrativo de como jogar dinheiro fora sem obter nada em troca por descuido ou desconhecimento de como direcionar os impulsionamentos nas redes sociais. Aqui, você, caro leitor, poderia perguntar: há algum caso como esse em que a verba não estaria sendo posta no lixo? Há. Na estratégia eleitoral nem sempre a conquista de votos é para a própria eleição em disputa.
No caso da TV, por exemplo, fica sempre aquela dúvida de por qual razão determinados candidatos aparecem no horário eleitoral se todo mundo já sabe, inclusive os próprios, que não existe a menor possibilidade de serem eleitos. A resposta técnica é algum termo em inglês que significa lembrem de mim e das minhas ideias no futuro. Muitos candidatos às prefeituras trabalham para construção de imagem para eleições futuras a deputado estadual e federal. Nas redes sociais não é diferente e algumas vezes pode fazer parte da estratégia espalhar anúncios em várias cidades ao redor ou mesmo em todo o Espírito Santo.
Mas no nosso exemplo esse não é o caso. O pretendente a uma vaga na Câmara de Vereadores de Itajaí não tem a intenção de ser presidente do País, única possibilidade de um capixaba ter a oportunidade de votar nele. Lembrando que não há voto em trânsito nas eleições municipais. Assim, a distribuição do material eletrônico de Lucas Lima é um erro de configuração dos mecanismos de impulsionamento. Nas plataformas da Meta, proprietária do Instagram e do Facebook, é possível direcionar os anúncios para uma cidade ou mesmo um bairro com a delimitação das características da população que se queira alcançar.
Se, por exemplo, o candidato quiser falar sobre problemas que são mais sentidos pelas mulheres com até 40 anos em um determinado bairro, é possível fazer que as mensagens cheguem apenas para esse grupo. E aqui é preciso ter atenção a um detalhe importante: apesar da sensação de que os aplicativos são universais, essa é uma ideia falsa. Cidades do interior e populações de faixa etária mais alta provavelmente usem mais o Facebook. Atualmente, o mais próximo de ser o programa presente em todos os celulares é o whatsapp, para o qual as regras de etiqueta para disseminação de mensagens precisam ser bem cuidadas para não gerar antipatia em lugar de voto.
Em todas as plataformas e situações vale sempre um conselho simples: bom senso.