Como todos os meses, Zurbán Córdoba emitiu seu informe realizado a partir de uma pesquisa com 1400 pessoas, estudo que tem um erro de amostragem de +/- 2,62% e um nível de confiança de 95%, incrementado por ser uma das poucas consultorias que souberam medir e comunicar resultados pré-eleitorais na Argentina.
E os últimos dados apresentados são extremamente chamativos, embora comecem a mostrar uma tendência. Uma enorme maioria dos entrevistados afirmou que sua situação pessoal piorou, 7 de cada 10 pessoas…
Nesse sentido, a maioria do país acredita que isso trouxe como consequência o aumento da desigualdade entre ricos e pobres, ou seja, os ricos ficam cada vez mais ricos, e os pobres cada vez mais pobres.
Inclusive, a maioria das políticas de destaque propostas pelo atual governo são rejeitadas por grandes porções da sociedade, com a exceção de declarar a educação como um serviço essencial.
E, no entanto, ainda quase 45% dos entrevistados aprovam as ações do governo nacional.
Mesmo acima da própria imagem positiva do Presidente da Nação, Javier Milei, que não chega a 44%.
Como é possível então que, se as consequências do que foi feito não são aprovadas, nem o que se propõe fazer, o apoio ao governo, embora diminuído, continue alto? Como é possível então que o ideólogo e executor das políticas que a cidadania rejeita goze de um nível tão alto de popularidade entre os argentinos?
Talvez seja porque, parafraseando Tanguito, o anti-peronismo é mais forte. Talvez seja porque, parafraseando Jorge Luis Borges, não os une o amor, mas o espanto; será por isso que o querem tanto. Talvez seja porque se privilegia a rejeição ao passado e o desejo de seu retorno, em detrimento da construção do presente.
Até quando se manterá o apoio? Não devemos esquecer as palavras de Martin Niemöller, não devemos esperar que venham por nós, ainda temos o privilégio de não ser os primeiros a sofrer as consequências diretas da realidade atual.
Quando será que prevalecerá o apoio em prol de algo e não em rejeição a algo?
Quando será o revés?