O perfil dos candidatos a vice-prefeito nos 78 municípios do Espírito Santo revela um cenário diverso, onde a experiência e a formação acadêmica parecem ter um papel central na escolha dos nomes para compor as chapas eleitorais. No entanto, ao observar os dados, fica evidenciado que certos padrões demográficos e profissionais predominam, refletindo as dinâmicas sociais e políticas locais. O primeiro aspecto a ser destacado é a maior presença de mulheres no posto de vice. Entre as candidaturas às prefeituras, elas ocupam 7% das cabeças de chapas. Como vices, o porcentual sobe para 22%.
A faixa etária dos candidatos sugere uma predominância de pessoas entre 40 e 54 anos, que correspondem a mais de 45% dos postulantes. Este recorte etário pode estar relacionado à busca por um equilíbrio entre maturidade e vigor, características frequentemente associadas à capacidade de liderança e à experiência. A presença de candidatos mais jovens, como os que têm entre 21 e 29 anos, é mínima, representando apenas 3,61%. E isto pode indicar uma barreira para novas lideranças emergirem no cenário político capixaba.
No que diz respeito ao grau de instrução, há uma clara preferência para quem tenha ensino superior completo, que corresponde a 52,35% dos candidatos. Esse dado impressiona e mostra a valorização da qualificação acadêmica para a escolha, em contraste com os 10,47% que possuem apenas o ensino fundamental completo ou incompleto. A educação parece ser um dos pilares para a seleção dos vices, reforçando a ideia de que os partidos buscam quem combine conhecimento com habilidade política.
Quando se analisa a ocupação dos candidatos, nota-se que a agricultura, com 11,19%, e o empresariado, com 13,36%, estão entre as profissões mais representadas. E isso reflete a importância do setor produtivo para as economias locais e sua influência nas decisões políticas. Por outro lado, profissões ligadas diretamente ao serviço público, como advogados (4,33%) e médicos (3,61%), também têm presença significativa, o que pode indicar uma busca por personagens que complementam a chapa em áreas que são valorizadas pelos eleitores, como segurança e saúde.
Mas a grande quantidade de diferentes ocupações entre os candidatos, que inclui desde agricultores até magistrados, sugere uma tentativa dos partidos capturarem diferentes segmentos da sociedade, buscando uma representatividade que vá além das áreas urbanas e atinja os setores rurais. A presença discreta de categorias como artesãos, motoristas, e policiais militares, que juntos somam menos de 2,5%, aponta para pouca representação de determinadas profissões, possivelmente pela percepção de que elas, ainda que importantes, não agregam o prestígio necessário para alavancar uma candidatura.
A escolha dos candidatos a vice-prefeito no Estado parece seguir uma lógica que valoriza experiência, formação e conexão com setores economicamente relevantes. A faixa etária predominante e o nível educacional elevado dos candidatos são indicativos de um perfil que se alinha com as expectativas de um eleitorado que valoriza a segurança de uma liderança estabelecida, mas também está aberto a propostas que integrem inovação e tradição. Resta ver se esse perfil será suficiente para conquistar o eleitor capixaba nas urnas.