Pesquisas a que esta A Vírgula teve acesso revelam que a população serrana está, sim, disposta a ter novos representantes para a prefeitura do município. Todavia, não se trata de qualquer perfil: acostumada ao antagonismo Vidigal-Audifax, os dois considerados como divisor de água em suas respectivas gestões, a cidade deseja essa continuidade; já está acostumada ao jeito desses representantes e seu coração pulsa junto com eles.
É o que justifica a possível aposta nas eleições 2024 do atual prefeito, Sergio Vidigal, em seu pupilo: Weverson Meireles. Este é presidente do PDT, partido de Vidigal, fiel escudeiro e “cria” da família. O chefe do Executivo, portanto, age estrategicamente, de acordo com os estudos das qualitativas.
No páreo, Weverson é o novo Vidigal. Um novo que disputará com o outro novo, Pablo Muribeca, este sem o DNA do município, entretanto. E também contra Audifax Barcelos (PP), que tem o perfil, mas é o velho conhecido de sempre.
Se pensarmos no último pleito municipal, de 2020, ninguém acreditava na possibilidade de o ex-vereador Fábio Duarte fazer jogo duro a Vidigal. Mas os dois encerraram a disputa para a prefeitura no segundo turno. E isso só foi possível porque a campanha de Duarte o colou, em peças publicitárias e programas de rádio e TV, a Audifax.
O mesmo pode acontecer com Weverson, jovem, aliás, que está acostumado ao poder público e não tem dificuldade em se apresentar e conversar com a população. Caso a sucessão geracional se confirme, o marketing da campanha terá êxito se conseguir mostrar à população o seu “Vidigalzinho”. E depois, claro, o líder do PDT pode conquistar seu brilho próprio.
A escolha de Vidigal, caso confirmada, não será absolutamente surpreendente. O prefeito da Serra chegou a dar sinais ao mercado sobre sua relutância em concorrer à reeleição e “resgatou” Weverson do Governo do Estado. O pupilo de Vidigal fazia um bom trabalho na Secretaria de Turismo e a sua volta ao município para ser secretário-chefe do gabinete do prefeito só se justifica pelo viés político.